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2025 NO.37

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Sabor do OrienteSabor do Oriente

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Okonomiyaki, takoyaki e kushikatsu
Refeições ligeiras ao estilo Osaka que aproximam as pessoas

Fotos: Kurihara Osamu

O Okonomiyaki (à frente), o negiyaki (no meio) e o ikayaki (à dir.) são preparados na chapa, diante do cliente

Além de importante entreposto de alimentos de todas as procedências, Osaka já foi um próspero centro de produção, por ser banhada pelas águas da Baía de Osaka, com abundantes frutos do mar, e por estar situada na divisa da Planície de Kawachi, com suas colheitas agrícolas. À medida que a cidade se transformava em grande centro econômico, a sua cultura culinária viria a florescer com a difusão de casas de pasto onde negociantes se congregavam e socializavam. Outro fator de destaque foi a ascensão da cerimônia do chá. Com a consolidação do status de Osaka como “capital da culinária”, a tendência era de que pratos preferidos pelo cidadão comum, como takoyaki e okonomiyaki, viessem a lhe valer a reputação mundial desfrutada na atualidade.

A população de Osaka é fortemente inclinada a valorizar o racionalismo econômico. Além de ser apetitosa, a comida também precisa ter preço acessível. Quem é tão avesso à inutilidade e ao desperdício aprecia acima de tudo a conveniência imediata. E o que poderia satisfazer todas estas exigências? Refeições ligeiras no estilo Osaka.

Okonomiyaki — mais saboroso quando recém-tirado da chapa

Servido com molho agridoce, o okonomiyaki é um aglomerado de vários elementos, como carne ou frutos do mar, massa de farinha de trigo com caldo dashi e uma generosa quantidade de repolho picado. A mistura é frita, então, na chapa para compor porções achatadas, em forma de panqueca. Uma teoria predominante, não totalmente comprovada, diz que inicialmente a iguaria era vendida em barraquinhas de rua na Região de Kansai por volta do período da 2ª Guerra Mundial. Feita com ingredientes favoritos que estejam à mão, é muito apreciada no lar e em numerosas lanchonetes ou casas comerciais da cidade especializadas no prato. O okonomiyaki é uma iguaria de frequente consumo no dia a dia de Osaka.

Quem deseja degustar o sabor autêntico na própria origem deve se dirigir a uma lanchonete de okonomiyaki, onde, preparado diante do freguês, o prato pode ser consumido ainda quente, recém-tirado chapa. Entre as variações da iguaria disponíveis estão o negiyaki, com amplas quantidades de cebolinha, em vez de repolho, e o ikayaki, em que lula misturada na massa é cozida entre chapas. A experiência mais autêntica é reunir-se ao redor da chapa com companheiros de refeição e deixar derreter na boca o molho ricamente condimentado.

A massa e os demais ingredientes são misturados e dispostos na chapa, em forma arredondada, como uma panqueca (esq.). Uma vez preparado o quitute cuidadosamente, é a vez do molho e de outras coberturas (dir.)

No Ajinoya, que funciona há mais de 50 anos, a área do balcão está sempre animada, com clientes regulares que conversam com a proprietária, Sorayama Katsuko.

Takoyaki — delícia para curtir na rua

O takoyaki é mais um exemplo de refeição ligeira típica de Osaka. Contendo grossos pedaços de polvo, é preparado em forma de bolinho, com o mesmo tipo de massa de farinha de trigo do okonomiyaki. Hoje em dia, turistas ainda podem ver os apetitosos bolinhos à venda diante de lojas em distritos comerciais, do mesmo modo que prevalecia quando do surgimento inicial dos takoyaki. Diante da cativante cena de mãos experientes preparando os bolinhos à perfeição, com seu atraente aroma no ar, é difícil resistir à tentação de provar. Como a iguaria é ideal para degustar caminhando, veem-se com frequência nas ruas de Osaka pedestres que sopram os bolinhos do tamanho certo para abocanhar, recém-saídos da chapa, antes de encher as bochechas ao levá-los à boca.

No alto: A massa é disposta em uma chapa especial, com várias fileiras de fôrmas redondas, e virada repetidas vezes no preparo dos bolinhos do takoyaki.
Acima: Molho e maionese, entre outras coberturas, completam o prato
À dir.: Os bolinhos do takoyaki adquirem sabor especial ao ser consumidos enquanto se anda ao ar livre
Cortesia: Takoya Dotonbori KUKURU

Kushikatsu — espetinhos com petiscos para comer ombro a ombro no balcão

Nenhuma lista de refeições ligeiras de Osaka estaria completa sem o kushikatsu. Trata-se de nacos de vários petiscos do tamanho certo para levar à boca que são recobertos com massa de farinha de trigo e farinha de rosca, dispostos em espetinhos e fritos por imersão em óleo. Além de carne, peixe, frutos do mar e legumes, amplas variações são encontradas, incluindo queijo e ovos. Come-se o kushikatsu recém-frito, passando os espetinhos no molho de um recipiente.

Inicialmente o kushikatsu era apreciado em barraquinhas lotadas de fregueses, todos em pé, com pouco espaço entre si. Surgiu, assim, a etiqueta de não passar mais de uma vez os espetinhos no molho compartilhado para evitar contaminação. Embora ultimamente alguns restaurantes de kushikatsu sirvam o prato à mesa, o modo preferido é saboreá-lo, mais à vontade, no balcão. Tendo-se a devida consideração por fregueses sentados próximos, é agradável deliciar-se com os espetinhos fritos enquanto se leva um bate-papo para sentir-se verdadeiramente em casa em Osaka.

Rápidas, de preço acessível e apetitosas, as convenientes refeições ligeiras de Osaka têm o poder de aproximar pessoas desconhecidas. O okonomiyaki, o takoyaki e o kushikatsu proporcionam a oportunidade de pleno convívio com o charme de Osaka e de suas ruas movimentadas.

Espetinhos de kushikatsu são mergulhados em óleo na fritadeira até que o panado adquira cor

Diversas variações são apreciadas, como ovo de codorna, salsicha ou camarão-gigante

O molho à mesa realça o sabor dos petiscos

Clientes no balcão recebem espetinhos de kushikatsu recém-fritos à sua frente

Fachada de restaurante de kushikatsu distintamente original
(Cortesia: Kushikatsu Daruma)